haverá paradeiro para o nosso desejo?

Eu fiz um plano para minha vida. Há anos o acaricio. Minhas melhores músicas são para niná-lo. Meus versos definitivos, para saudá-lo. 

No meu primeiro dia de lucidez, revirei os olhos, pintei tela e resolvi sonhar. Sonhei um sonho só. Não conheço outro. 

Nesse caso nunca tive pés fincados. Deixei o vento soprar, fechei os olhos e vi o melhor cenário, aquele, de fadas. E flutuei tanto que muitas vezes quando acordei, surto de realidade, percebi que nunca terei recursos suficientes para misturar o que é do ar com o que é da terra. Frustração. 

Talvez, além de dinheiro, me falte disposição e disciplina. Bom seria se o sonho se realizasse por ele mesmo, por sua beleza e por minha vontade. 

Eu sei quanto custa sonhar. Mas sei como sai caro viver acordada. 


Um dia desses vi um lugar e pensei que lá o meu sonho poderia se instalar e virar  matéria. Sem grana, nem quis saber valores. Saber isso poderia matar o meu sonho. E eu não quero que ele morra. 

Ainda que a consciência me persiga a me chacoalhar a cada instante, eu acho bom ter um sonho. 
Meu plano de vida se transformou em linha do horizonte. Ando, ando, ando e estou sempre longe. Mas ando.  E no caminho descubro coisas, conheço pessoas, amanso o coração. No trajeto reafirmo vontade, coloco a cabeça para funcionar, coleciono possibilidades. 
Talvez seja o percurso coisa mais interessante que a chegada. Mais que isso, talvez minha vida seja o percurso, a tentativa, a vontade e nunca a chegada…


Ironicamente, esse movimento todo é para alimentar um sonho chamado Pousada.


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