menos um piá curitibano…


Esse ano miserável continua a arrancar pessoas daqui…

Hoje acordei com a notícia da partida do Paulo Chaves.

Eu tive com ele momentos muito intensos de convívio. Dividimos por oito anos a rotina, o cotidiano, os desentendimentos, as brigas, as conquistas, a luta. Cada um lutava pelo que achava justo e certo. Muitas vezes fomos adversários. Em outras, aliados. Em todas o bom combate!

O importante da história é que ele sempre foi um homem honesto, trancado em suas decências, sem deixar frestinha para circular o que não acreditava certo.

Há muita comoção nas horas de partida. Eu mal consegui segurar minha onda, quem diria a da família…

A gente sabe dessas coisas desde que nasce, mas nesses momentos, em que fica muito estampado o nada no mundo que todos somos, dá vontade de chorar. Chorar debruçada sobre o amigo por ele e por nós que ficamos por aqui a nos engalfinhar na miséria da sobrevivência diária…

Eu estou muito aborrecida, chateada, sentida com a morte de um homem bom, do bem. Um maluco que muitas vezes sacrificou os próprios sossegos para dar conta do que achava correto para o momento.
Mas, como ele mesmo nos dizia, segue o baile…
Fui…
Tudo que eu queria era estar aqui
Ser algo importante ou necessário
Hoje acordo e me deparo,
Vazio, transitório, inócuo, falso emissário
Cegueira d’alma
Verdade única: tempos de piá
Vida improvisada, pulsar acelerado
Querendo futuro já
Esquecendo de aproveitar, conformado
Os sons, as dádivas, os sinais.
(PChaves)

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