qualquer dia a gente se vê…

 
Hora de fazer as malas, abastecer o espírito, reorganizar repertório e ganhar novamente a estrada. A Caravana da Poesia tem como destino Apucarana. 305 quilômetros em linha reta, 365 de asfalto. 
 

Cresci ouvindo minha mãe disfarçar palavrão com a expressão “Pucarana!”, no mesmo ritmo e métrica que a gente solta um “Puta Merda!”. Não sei se em outros lugares, em outras famílias, em outras bocas isso também acontece, acontecia… mas na minha infância foi assim.

E por isso, o nome da cidade me lembrava tropeção, batida, descontentamento qualquer…
Hoje, sei bem, Apucarana é em tupi-guarani  “semelhante à própria floresta”; é cidade bacaninha, com cerejeiras por todos os cantos, tem pracinhas lindas, maravilha de catedral e ruas, com as molduras vermelhas do interior do estado no rodapé dos meio-fios, que levam e trazem gente tranquila…
Depois do problema do café, da geada negra na metade dos 70, o lugar conheceu a dureza das cidades que não produzem, que não têm matéria prima, que têm gente demais e poucas opções. Viu seus filhos empobrecerem, mudarem a procura de lugares onde empenhar a força de trabalho em troca de sobrevivência mais digna. “Pucarana”!
Mas da dificuldade a cidade saiu mais forte, inventou outras possibilidades, abriu espaço para novos caminhos, convidou indústrias, replantou o café, tem milho, soja e feijão.
Virou a capital do boné – fabrica mais de 2 milhões por mês, sabe o que é isso, companheiro? 80% da produção nacional.
Para Apucarana eu tiro meu chapéu!
E enquanto os cães ladram, a Caravana segue…

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