carnaval bombando!
hoje ainda é sábado e até agora já recebi 12 convites. metade deles para jogar Candy Crush Saga; a outra parte, dividida em coisas similares.
me falaram uma vez que o viciado na jogatina não faz a convocação de propósito; é coisa mais forte que ele, o Facebook impõe poder e subjuga-o, querendo carregar para o mesmo barco os amigos mais ingênuos e distraídos. Isauras sem possibilidade alforria.
me tira dessa. se eu cair nos braços de um assunto assim, não há despertador, sou capaz de largar casa, família, emprego…
lembro que no século passado, quando a gurizada da rua se reunia para jogar Odyssey lá em casa, era um passatempo sem fim. minha mãe só conseguia impor o toque de recolher na base da hierarquia. não fosse a autoridade do cargo, acho que estaríamos lá até hoje: novo tipo de civilização, zumbis vidrados em luzes piscantes e barulhos inexplicáveis. uma ou outra exceção de nerds que insistem, quarentões, diante das substitutas parafernálias, nos salvamos todos.
durante os tempos que já estava alheia a esses brinquedos, os psicopedagogos entraram e saíram de moda com teorias variáveis, as vezes excludentes, as vezes complementares, que afirmavam que os videogames afloravam a violência na criança, estimulavam o raciocínio, eram perfeitos para aprendizagem, promoviam percepções polifônicas e policrômicas, acabavam com a assimilação periférica e uma lista sem fim que sempre terminava com alguma coisa que falava sobre a sociedade pós-moderna.
tenho um pouco de preguiça de conversar sobre isso e, confesso, além de jogar na infância, na vida adulta já desenvolvi conceito e conteúdo para alguns jogos simples para crianças.
minha biografia tem a marca da sociedade pós-moderna…
mas uma coisa afirmo com toda verdade que conheço: não suporto quando o globinho do FB se pinta para me estender a mão a esse tipo de dança.
tenho vontade de conversar com o inventor do joystick do Odyssey, coisa mais sem cabimento do mundo.
