não há outro assunto na minha cabeça, só penso no lançamento do livro. desculpe. tenho medo do fracasso e isso me atordoa – e atordoada eu permaneço atenta.
as pessoas podem não acreditar, e até acho que a maioria não acredita mesmo, pensa que estou a fazer charme, mas tenho muitas fragilidades. não é fácil seguir de cabeça erguida com tanta insegurança.
neste momento, eu nem me preocupo com conteúdo, até porque tudo já está feito. é a noite de lançamento que me aterroriza. não queria, juro que não queria fazê-la, mas há protocolos a serem tratados. e depois, num relampejo de felicidade, fiquei muitíssimo animada com a possibilidade de ver gente que conheço e que não conheço, conversar, brincar, trocar, tudo olhos nos olhos. o que cada dia está mais raro para mim. aceitei e marquei a data, para logo em seguida me apavorar diante daquilo que não tenho controle. meus pensamentos caminham entre o medo que não apareça ninguém na noite e o pânico de como isso me destruirá.
e por que isso, se tombos fazem parte da vida de todo mundo? numa dessas minhas choradeiras por conta deste assunto único, a Etel me disse assim: “é arrogância de sua parte…”. ainda bem que ela estava a dirigir, fosse eu e ouvisse isso acho que enfiaria o carro no primeiro poste. a Bela me cochichou num papo on-line “com ou sem sucesso no lançamento a vida segue…”.
reúno as duas conversas, entre tantas que tive, para chegar à obviedade dos fatos: as vezes é difícil tratar com modéstia a própria existência. é impossível imaginar o fiasco público e, pior, saber que isso não representa nada, dia seguinte os passos continuam como se nada tivesse acontecido, porque nada aconteceu mesmo. sou um pequenino grão de areia nesse caos do tempo corrente, eu sei, só é chato saber.
apesar do meu entendimento sobre isso tudo, não me abandonem. o que acontece na cabeça não dialoga com as emoções. preciso de todo mundo comigo.
e para sublinhar minha condição de chata insistente no assunto, reafirmo:
dia 26 de novembro, numa quinta-feira, às 18:30, na Livraria da Vila (Shopping Pátio Batel), lançamento do livro Adriana Sydor, toda prosa.
este cartaz, é para mim:
tem que correr o risco mesmo, para se conseguir as coisas na vida, é preciso dobrar a taxa de fracassos ! Mas afinal de contas, o que você está fazendo de errado ? Existem pessoas notoriamente públicas, fracassadas moralmente que não estão nem aí !
Por isso e por tantos outros motivos, dê-se o direito de exprimir-se, e porque ter coragem é fazer as coisas com medo mesmo.
E principalmente, seja razoável, agrade a si mesma !
Toda a sorte do mundo pra você, e todas aquelas outras coisas boas, que não depende de sorte também !