não muito, mas ando a pé por aí. gosto. quando os ponteiros me impedem, quando a preguiça me toma ou quando a distância não permite, recorro ao carro.
há mais de uma semana estou sem rodas. problemas mecânicos que não conheço e não tenho ânimo para investigar. caronas, compreensões, caminhadas têm proporcionado que a vida siga na engrenagem.
ontem, segunda-feira azul, saí das proximidades do Hospital Evangélico e fui até o Centro Cívico, de lá segui para a Praça do Japão, voltei ao ponto original, ainda caminhei até o encontro das Marechais e mais uma vez, voltei. não sei o quanto percorri em quilometragem, não me cansei. acho que minha amiga Vera sentiria orgulho.
a novidade chegou no penúltimo trecho. eu estava a dar ouvidos à eterna narrativa da minha cabeça que remontava cenários e histórias por onde passava, quando caí no meio de uma passeata. no meio. um lance dos servidores do TRE, parece. apitos, buzinas, megafone. reclamavam sobre nove anos sem alguma coisa, reajuste, acho. não entendi nada direito. mas caminhei por uma quadra envolvida pela massa.
não emprestei voz, mas fiz volume ao movimento. uma participação muda, mas quem não conhecia a prévia da história poderia imaginar que eu fazia parte daqueles descontentes, que reivindicava coisas, que tinha vontades…
encontrei mais uma verdade, até quando não quero falar uma coisa, acabo falando. a comunicação é uma praguinha que não me dá folga…