houve um tempo na minha vida em que conhecia como sinônimo de férias intensas umas ações como andar por lugares desconhecidos, mergulhar em mares transparentes, ouvir histórias e sotaques, beber coquetéis de frutas que nunca havia ouvido o nome e por aí vai. e por aí iam aqueles dias em que escorregavam minhas folgas do cotidiano.
passei um mês no Brasil, fincada em Curitiba, a cidade que para sempre volto, que para sempre voltarei.
a nova Curitiba, a que redescobri dois anos e algumas saudades depois da partida, é a mesma de antes. e é outra.
seus eixos reacionários e seus redutos de expansão, seus nós eternos e seus trânsitos livres, seus sinos estridentes e suas araucárias de plástico. tudo a mesma coisa. tudo outra coisa.
sim, ninguém entra duas vezes no mesmo rio tanto quanto ninguém consegue repetir a mesma caminhada pela Augusto Stellfeld.
rio e rua mantêm seus nomes.
e só.
e já é muito.
hoje há em mim a eternidade de um mês de saudade. quando acordei, pensei que se pudesse estaria lá. quando acordei mais, concluí que eu posso.
mas não estou.
Curitiba continua a mesma menina. sedutora e repelente. ouro e chumbo.