gosto da onda baiana. me alegra o ritmo da fala, o olhar de malícia, os gestos que dizem mais. sobretudo, me causa muito entusiasmo esse viver que parte da experiência do prazer. o contrário de onde eu vim, em que o prazer é consequência de muita penitência prévia.
a experiência de estar bem acima de tudo, de não negar o júbilo nunca, não é tarefa para qualquer um. liberdade de espírito – na Bahia tem.
entre um acarajé e uma conversa sou testemunha do diálogo de mãe e filho:
– Maínha, me dê dinheiro para lanrrause.
– Tenho não, tente outra coisa.
– Me dê dinheiro então para condução até Ondina.
– Pegue, tome aqui dez reais. Me encontre na casa de Souê às seis, viu?
e o moleque sai correndo a confabular com os amigos.