não consegui riscar linha reta entre as férias e a volta para os compromissos. ainda estou em trânsito.
perigoso saltar entre dois lugares tão diferentes. e se eu cair no abismo que existe entre as férias e a realidade? nunca mais…
por conta disso, pra não sofrer choque que me coloque em risco, ainda flutuo. perambulo devagar, acostumo com a volta e olho para casa de longe, tentando compreensão sobre a minha ausência, sobre o que é permanência e o que é ruptura.
precisarei ainda de alguns dias para poder recomeçar a vida, erguer a cabeça e marchar no ordinário.
aqui, onde descanso agora, a realidade vem se formando devagar, sem choque, sem tumulto, sem trovões. as notícias chegam mansas e eu nem as elejo como pensamento principal, se misturam ao onírico que ainda insiste.
não sei quanto tempo precisarei para chegar em casa, tenho respeito pelo desabrochar das coisas, pelos caminhos do rio antes de virar mar.
não forço nada, não me exijo velocidade.
volto quando estiver pronta!