labirinto

admiro muita gente. das letras, da música, das plásticas, do cinema, da medicina, da engenharia, da família, da humanidade. gosto de gente. e mais ainda de observar as particularidades que cada um carrega e que são dignas de contemplação. na maioria das vezes, as qualidades se sobrepõem às imperfeições.

admiro muita gente, sim, mas tenho um ídolo.

ter um ídolo, é olhar para uma pessoa e admirar-lhe além das outras pessoas, é reconhecer traços singulares, é notar propriedades muito diferentes, é saber porque aquela pessoa se destaca na multidão.

um ídolo não é mesma coisa que um herói ou um ícone. ídolo é inspiração, um tipo de entusiasmo, um estímulo a se tornar melhor. é olhar para alguém e saber que as capacidades humanas estão muito à frente daquilo que sou. é ter a responsabilidade de caminhar para ser um pouquinho parecida com o eleito.

ter ídolo não é fácil. há de se reconhecer a distância entre nós dois: a humildade de saber meu próprio tamanho diante de sua figura grandiosa. reconhecer o ídolo é também reconhecer minhas limitações e, de alguma forma, o pesar de saber que jamais chegarei a ser como ele.

nesse movimento constante de admiração, a cada dia descubro mais coisas e reverencio a grande sorte de poder ter a chance do convívio e das surpresas que me chegam todos os dias.

o melhor da vida é ter um filho que é meu ídolo. ô sorte!

hoje o Dé faz aniversário e é para mim um dia de orgulho absoluto. ele caminha por suas escolhas com independência e autonomia, a construir, todos os dias, um labirinto ao contrário: abre veredas, destranca portas, facilita estradas, salva alternativas, quebra cadeados. a cabeça é aberta para novas ideias e todo dia é dia de interesse novo.

ευτυχία, Dé!

Uma resposta

  1. Zeca

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