tenho uns problemas quando fico nervosa. ou fico muda, estática, com o olhar parado num eterno flerte com meu pé esquerdo ou falo sem parar, qualquer coisa, principalmente aquelas que não devo.
por causa da minha irmã, fui convidada para bate-papo com o Jaime Lerner no sábado passado, 27. público, microfone, câmera, perguntas, tudo que me apavora. aceitei porque tenho cá minhas vontades de superação e tendências a enfrentar limites; mas, confesso, estava muito preocupada.
sem saber o que me aconteceria realmente e se minha exposição acabaria por deixar correr ladeira abaixo a credibilidade que conservo a duras penas, acordei cedinho, fiz o equivalente feminino a barba, cabelo e bigode e me mandei para Mercadoteca, lugar que ainda não conhecia.
de modo a atrasar um pouco o momento do pânico, quando cheguei quis dar uma voltinha pelo lugar. é honesto confessar que meu propósito não era de conhecer, mas ter mais um tempinho antes de tratar do que tanto me atemorizava. mas o lugar é tão agradável, tão interessante, tão cheio de atrativos, que quando terminei de percorrer o quadrado total eu era só alegrias e entusiasmos.
entregue aos prazeres, acabei esquecendo que estava nervosa e toda a conversa se deu como se daria na sala da minha casa, ainda que câmeras estivessem na minha frente e eu falasse com pessoas que não conheço, não conhecia.
o que eu tinha certeza que seria um fiasco sem fim, mais um vexame para minha biografia, se transformou num momento super bacaninha. além de marcar endereço novo para momentos especiais e cotidianos, conheci gente muito legal, vi pessoas que gosto muito e tive a grande sorte de ter tudo isso registrado.
ainda bem que o Kryminice estava lá para conduzir o baile, o Wasyl para filmar e a Lina para fotografar.
expectativa: pânico. realidade: gostosura.
– lá em cima, a foto da Lina Faria. a Carol e o Marcelo inventaram esse lugar pra melhorar a vida gente.
– aqui em baixo o vídeo do Wasyl Stuparik para não me deixar esquecer que nem tudo que ladra morde.