li ontem no jornal que uma chuvinha de meteoros riscaria o céu nessa madrugada. resolvi colocar o despertador para às 3 da manhã, horário que os jornalistas em pele de astrônomos disseram que seria o mais-mais do caso.
sou prevenida, ajeitei a vida para a Delta Aquarídeas:
– organizei uma lista de desejos na cabeça, os jornais diziam que despencariam mais ou menos uns 20 risquinhos por hora;
– peguei o telescópio da Lívia para dar um ar mais científico para empresa;
– usei de métodos variados e descobri pra que raio de lado fica a tal da constelação de Aquário;
– deixei pacotinho de pipoca dentro do microondas “com este lado para cima” a modo de apenas apertar a tecla e pronto.
tudo preparado.
o despertador tocou bem naquele momento em que a cama inteirinha me abraçava, num quentinho simpático, com cheirinho gostoso. toda a maciez a me acariciar a pele, os pelos, os sonhos.
não acordei.
agora estou aqui, seis e pouco da matina, olhos de farol num amanhecer que também é espetáculo e que, dentro das minhas vontades, permite pedidos como os feitos às estrelas cadentes. dar uma espiada para o Leste quando o dia ainda nem aconteceu de verdade sempre é bom. penso nessa pataquada de aparatos que dediquei para a noite de astronomia trocando minha odisseia no espaço por imagens que cabem em quadros de Dalí como um presente.
de alguma maneira, eu pisei nos astros distraída…