não hora do almoço

há este sol que se manifesta em mim e me faz lembrar a traça de mil pernas que hoje de manhã espatifei na parede do quarto. 

esta relação contínua entre vida e morte me acompanha todos os dias e às vezes me perco e esqueço se sou traça, sol, parede ou chinelo. há um pouco de tudo em mim. 

também acho válido saber que toda minha aventura errante resume-se em três ou quatro palavras que não ouso pronunciar. nem escrever.

enquanto o sol bate nas minhas costas e meus cabelos desenham um polvo na mesa, construo diferentes teorias e me imagino a conversar com um psicólogo, a contar-lhe sobre a traça e o polvo, o sol e o chinelo, a parede e esses muros todos que ainda preciso derrubar. 

toca o apito, é hora de voltar. sanduíche e pensamento cortados, para sempre abandonados na mesa do café. traça. 

quer comentar? não se acanhe.

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