estou aqui, paciente e emocionada, num chá de cadeira de aeroporto.
quem espera avião chegar não tem tomada para carregar os apetrechos. me distraio facilmente com o movimento e isso mantém o livro fechado dentro da bolsa.
eu gosto de ver as pessoas chegando. acho bonito. sorriso, abraço, início de falação.
na minha permanência todos os voos vêm de São Paulo. mas eu sei, as malonas não me enganam… tem tudo quanto é remetente.
fiquei feliz em ver que tem gente que ainda traz berimbau. e também rolou o clichê do balão de hélio do Mickey, mas estava murcho, o balão sem hélio do Mickey. quem ainda carrega isso, né? tem pra vender igualzinho no Passeio Público.
melhor cena até agora: um adolescente chinês muito tímido e sem jeito com as emoções. a família estava esperando, pais e um avô bem velhinho. a distância faz as pessoas chorarem.
sentada aqui, olhando pra essa porta de onde pula um monte de gente, me deu vontade de escrever um livro só para contar sobre encontros e despedidas. lembrei que isso já existe, mas a vontade continuou mesmo assim.
tem mais emoção no desembarque do Afonso Pena que em qualquer outra parte da cidade.