não sou um tipo muito covarde. tenho uns medos, só isso. coisa normal, como os outros sete bilhões e os outros não sei quantos que vieram antes da gente.
o medo comedido protege. é inteligente temer algumas coisas. pronto. não preciso me expandir sobre isso, lugar comum dos conhecimentos psico-botecais.
avião: tenho alguma insegurança, um receio por estar infringindo uma lei natural, um desconforto por não poder agir em caso de problemas. nada disso chega a ser medo pra valer. viajo pra lá e pra cá e enfrento tudo sem dar pistas e até, determinados momentos, com certos entusiasmos.
hoje dei um grande salto nos assuntos aéreos, passei, altíssima velocidade, da insegurança ao pânico. um horror! não sei dizer se foi essa, de fato, a situação mais perigosa que já vivi, mas estive entregue àquela sensação de que chegava ao fim da linha. e o mais engraçado: no céu, em Vitória, Espírito Santo.
que coisa bonita, trágica e pândega juntar as palavras céu, morte, Vitória, Espírito Santo. acho que escapei porque é muito estilo para única manchete. e eu correria o risco de estampar infelizes trocadilhos que acabariam com todo o charme e beleza do momento.
pelo sim pelo não, voltarei de ônibus.
-> a foto ali de cima é da Sylvia. depois de tudo.