do quarto, da cama, deitada, vejo o sol nascendo. antes que ele boie, provoca as cores, refaz o céu, anuncia a estreia.
penso, quieta, que o dia que começa terminará sua volta antes que eu o compreenda, porque são assim todos os dias, generosos e injustos, coloridos e misteriosos.
reluto sair da cama porque, presa na contradição, quero mais tempo. e deixo que os ponteiros girem doentes, rápidos, levianos.
e tento descobrir, na mudeza das paredes, no barulho da cidade, na luz turva, no ar frio e no cheiro de bambu, se levanto ou deixo pra lá…