ocaso

consigo reparar algumas coisas nessa nova estação. 

este movimento de passar ano após ano pelos mesmos fenômenos me fez um pouco obcecada em reviver as cócegas dos primeiros dias de quando o tempo muda. 

agora, em outro andar do globo. experimento uma confusão. enquanto vejo folhas caindo, procuro pela primavera. as manhãs são frias, mas dentro de mim há a esperança de verão. 

nunca pensei que uma coisa assim acontecesse. o corpo conhece os meses, sabe dos dias, espera pelas datas. o corpo não entende que setembro pode também ser outono e dá piruetas em busca de flores e planos de praia. 

é como quando a lua se exibe em C e quer dizer minguante – os olhos veem mas não acreditam.

aprendi nesse outono que folhas douradas, entardecer colorido, umas frutas específicas também acontecem em setembro.

não sei o que fazer com isso e nem há serventia nessa constatação, acho. mas, de alguma forma é curioso entender os vícios do corpo, os vícios de sempre: para mim, setembro é quando o corpo começa a se despir. 

quer comentar? não se acanhe.

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