Rio que mora no mar


Já falei mil vezes, repito: feliz do passageiro que consegue ouvir do comandante “Dentro de instantes pousaremos no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim”. Minha alma canta…
Cheguei, chegamos. Aflora em mim todo o imaginário sobre o Rio de Janeiro, aquele que Bandeira citou na crônica sobre Sinhô, de “alma estóica, sensual e carnavalesca”. 
Eu adoro o Rio, adoro os cariocas, o sotaque que parece um Transistor fora de estação, a leveza em bermuda e Havaianas, o jeito descolado, a sacanagem no olhar, as meninas em cor de bronze.
Os cariocas são tão sexys…
O caos da Copa está por todos os lugares: aeroporto lotado, trânsito impossível, bandeirinhas verdes, bandeirinhas amarelas – se Volpi estivesse por aqui enlouqueceria. Há também os malucos que se vestem com as cores pátrias, os que penduram bandeiras nas sacadas e os que seguem firmes e engravatados para o trabalho – esses devem ser paulistas transferidos.
E o mar? Ah! Que maravilha de limite para uma cidade! Ter o Atlântico como parte de fronteira deixa tudo com cara de final de semana, de férias, de passeio. Acho que é por isso que, para quem está ou passa, a palavra de ordem é relax.
Provinciana, me maravilho a cada dobrada de esquina na cidade mais linda do país; depois de Antonina, claro. O Cristo continua lá, em pose-cruz, olhos para um lado, costas para outro, como todo guardião.
Os morros desenham a geografia e abraçam a cidade no movimento-estático, na onda-reta, no escuro-brilho, no envolvimento-libertação. 
Conto os segundos para me chacoalhar no samba da Lapa, para caminhar pelo centro antigo, beber no Villarino, comer no Fiorentina, subir Santa Teresa até o Chácara do Céu… 
Rio, teu mar, praias sem fim. Rio, você foi feito pra mim!


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