depois de longa temporada sem tirar o nariz de casa, saí. ainda bem!
o Paiol estava apinhado de gente. escadas, cadeiras atrás do palco, gargarejo, última fila, tudo tomado.
já tinha visto o espetáculo Noël algumas primaveras atrás, acho que em 2006 na Reitoria. lembro bem que gostei, me diverti, ri. não cantei porque cantar só em casa, ninguém tem nada com isso – cometo minhas desafinações, exageros e caricaturas de forma privê.
gosto do Sérgio Albach, de sua pessoa, riso largo, bom humor, jeito serelepe. seus sapatos sempre são bonitos e, sim, eu reparo nisso. gosto de sua música, concentração, técnica, vida. gosto do jeito que ele conduz a música, o que faz com ela e como, ao longo dos anos, consegue surpreender e encantar plateias. direção musical sem afetação.
Gabriel Schwatz, Marcelo Torrone e Márcio Juliano são lapidações da mesma pedra. quilates preciosos, duráveis, que emprestam beleza e brilho para qualquer pepita.
parte do elenco também, Ale Age. e foi aí que desandei em pensamentos viajantes no tempo. quando comecei a trabalhar na Educativa, na época da guerra do Paraguai, fui contratada para fazer programas especiais, meu début era escrever sobre Paulinho da Viola. trabalhava com certa segurança, apoiada em vasta biografia quando veio a ordem: escreva sobre Ale Age. não sabia, não conhecia, não tinha ouvido falar. ouvi. escrevi. foi pro ar. meu primeiro texto a desfilar pelas hertzianas da 97.1 foi sobre ele.
hoje, vendo-o ali, tão dono de suas cordas, suspirei agradecida por ter a grande chance de poder ter escrito sobre ele.
Mônica Salmaso, convidada especial. nem precisava, mas ela é ela e tudo bem.
Noël é uma divertida revisita à obra daquele que falou que quem acha, vive se perdendo. foi o que aconteceu comigo. Lívia, ao meu lado, 14 anos, quando começou a ouvir as músicas me soprou no ouvido: saudade da infância, essas músicas lembram a minha infância.
me perdi.
Post-scriptum: se você não viu Noël, dê um jeito.