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chove, chuva

gosto desses trovões que despencam do céu, rasgam o murmurinho da cidade com o estrondo que dispara o coração, silêncio de meio segundo, e fazem lembrar que tem roupa no varal, embora eu não tenha quintal. rápido, as janelas estão abertas. esse prenúncio de que a chuva cairá forte e logo estará a correr deitada, afogando meio-fio, lavando o asfalto. esse destino de cidade encharcada. …

antes da chuva chegar

pela fresta aberta no quartinho, janelinha de um palmo de largura, vejo árvores, passarinhos, prédios, céu, telhados. recorte de cidade. vejo também, e com atenção especial, o meu edifício predileto do bairro. já falei dele por aqui. gosto de suas cenas e de como os vizinhos narram suas vidas na varanda. hoje, enquanto trabalhava e estiquei o rosto para sentir o ventinho da chuva, vi …

afogada

eu estava toda feliz e sorridente, equipada e capacitada, com computador novo. o meu lindinho, fininho, eficiente e companheirinho MacBook Air chegou por meu Mecenas em assuntos tecnológicos, Alex.   (antes de prosseguir com a história é importante fazer um parênteses para o Alex. ele vem sustentando minhas necessidades e caprichos de hardware desde o meu primeiro iPhone. com simplicidade e despojo, sempre faz isso …

a chuva que transporta

Da janela do quartinho vejo a chuva que se aproxima. Chumbo no céu, muito verde balançando no vizinho e um cheiro de infância. Gosto quando as nuvens desabam. Não deve demorar muito para acontecer. Daqui, espio a natureza se transformando e imagino rios correndo furiosos, a serra do mar em rodopio, a areia da praia furada pelos pingos. Fujo desse planalto e fico em outro …

entre bancários, automóveis, ruas e avenidas

moro em Curitiba. sempre morei. mas não me acostumo a algumas particularidades da terra. a chuva está na lista. acho que não tenho casa própria porque gastei todo recurso na compra de guarda-chuvas. melhor, se tivesse guardado a primeira sombrinha que tive e colocado num cofre a grana que gastei nas que vieram depois, teria dinheiro para apartamento no Leblon – e lá poderia deixar …

é de manhã…

Eu adoro quando chove bastante. Já escrevi aqui sobre esse tema. Amo quando a chuva bate no vidro; quando há trovões na praia; quando o vento uiva; quando as cortinas balançam; quando a grama ensopa e quando acaba tudo e sobra aquele cheirinho de terra. Eu e minha Lívia somos campeãs em olhar para natureza e reconhecer a beleza gratuita diariamente. Ela me conta de …

De chuva, de amizade, de amor e de outras coisas

  Quando eu era criança tomava banhos intermináveis de chuva. Não sei quantos foram, não tenho a contabilidade, mas lembro de muitos. Lembro do Zé e eu em algazarras inesgotáveis debaixo de grandes torós. Meu irmão me fazia muito feliz, ele sabia aproveitar a chuva e me ensinava a perder o medo de ir correndo da calçada até a beirinha, no começo da grama, e …

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