palavras Arquivo
acordei com alguns avisos amigos a me dizer que hoje é dia do escritor. tive um estranhamento momentâneo porque é um tanto difícil me assumir assim. até em ficha de hotel, onde só de farra tasco qualquer profissão, nunca consegui ser escritora. já fui engenheira, médica, arquiteta, cabeleireira, artista plástica; a cada check-in uma nova personagem. também tenho dificuldades em assumir o papel porque reconheço …
escrevo. em algum momento achei que era essa a minha arma para mudar o mundo. ao perceber o tamanho da soberba e o nível de competência, desisti. continuei a escrever. pensei uma vez que era para explicar o mundo. mas compreendi que não tenho verdades absolutas nem conhecimentos suficientes que digam sobre a existência, recuei. ainda assim não parei. escrever me refresca a alma. é …
um dia sem escrita é um dia não vivido. um dia sem leitura não existe. escrevo e leio sem compromisso com o sucesso todos os dias, faz parte da vida. descubro, cada vez mais espantada, que minhas manias se estabelecem gritantes e me transformam num tipo esquisito. meu quartinho é meu santuário. quando saio de lá para trabalhar em outro lugar, retiro santo protetor e …
treco difícil é fazer propaganda de si mesmo. se auto-elogiar é uma das mais desonrantes formas de dizer ao mundo a que veio. estou a sofrer dentro dessa maldita questão. publiquei livro. leio, acanhada, tímida e desconfiada, comentários positivos, publicações a enaltecer a obra, generosidades em mensagens. tudo isso é bom. perigoso, mas bem gostoso. sei que entre meus devaneios de independência figura a dificuldade …
já falei sobre minha decisão, emocional e infantil, de não começar frases com letras maiúsculas. não gosto. não vejo sentido em consentir poder maior para quem não fez por merecer… é uma tentativa de igualdade, de fraternidade, de aplicar justiça a todas as letrinhas que dão as mãos e partem para um objetivo superior, o texto. pois bem, outra coisa tem me incomodado ultimamente: separação …
nunca achei que deveria publicar as coisas do blog em livro. depois mudei de ideia. em parte fui convencida, em parte me convenci, em parte me deixei convencer. segurei a bandeira de continuar apenas no universo on-line até um momento, depois larguei os betes. agora roo as unhas, tenho calafrios, tonturas, coceiras e todo tipo de indisposição nervosa que a coisa provoca. não é fácil …
tenho as euforias da vida pós-moderna na escrita. não gosto, não é bonito, palatável, ou salutar, mas tenho. umas urgências me invadem e me obrigam a uns textos cheios de açodamento que não permitem o esmero da palavra. anseio, escrevo e publico. não deveria deixar que as inquietudes de morar na web atrapalhassem a construção do meu texto. as ondas da infomaré me conduzem nessa …
ando distraída das estatísticas do blog. dou uma olhadinha ou outra nuns números que me chamam muito atenção por conta de caminharem por postagens bem antigas e isso me deixa curiosa. no mais, estou a publicar. hoje acordei interessada a escarafunchar como estão a me tratar os leitores. surpresa! sorria, Adriana, você está sendo lida. pra minha comoção, ultrapassei a marca dos 100 mil. mais, …
o presente é o indicativo de que apesar dos irregulares dos primitivos defectivos derivados dos impessoais apesar dos imperativos negativos e dos particípios provavelmente tive um passado mais que perfeito. o futuro do pretérito deu certo, confirmo hoje nos dois primeiros: eu e nós. satisfeita, parto para o futuro do presente e agora considero os imperfeitos os simples compostos pessoais infinitivos afirmativos os nominais e …
a poesia está em mim como a música. sou uma amante submissa, que admira, se encanta, entende, alcança. e só. e já é muito. vez ou outra cometo a saliência vulgar de tentar o que não sou. a poesia é generosa e me deixa passear inocente entre seus versos, abre sua casa e me chama para que eu entre, para que eu visite, para que …