poesia Arquivo
das cores que não gosto, a púrpura é minha preferida; dos hobbys que não tenho, nadar é o que mais me dá prazer; dos lugares que não conheço, Helsinki é onde me sinto em casa; dos restaurantes que nunca pisei, o Rules é o que faz a comida do jeito que gosto; dos banhos que não tomei, o inesquecível foi o de Oludeniz; dos instrumentos …
Meninos, eu vi! E foram tantas coisas que nem sei como a retina aguenta, a cabeça processa, a memória guarda. Eu vi por do sol na praia, fotografias antigas, barriga crescendo, caminhão de mudança. Eu vi avião subindo, margaridas se multiplicando, enfermeira enlouquecida, cantor a fazer lambança. Eu vi a Torre Eiffel, macarrão na panela, rádio velho, pé quebrado, homem sugerindo contradança. Eu vi o …
começo sem fim sem pena, nem medos em voltas pé em Deus carrego todos, os meus e os seus subo sem rumo alcanço estrela rolo feito pedra que pesa, amassa e ruína levito sou como pluma como véu e como espuma no fim o começo de mim.
Trabalha, Adriana, trabalha Trabalha que você precisa livrar as contas, Ir à feira Costurar a roupa Comprar xampu Pagar escola. Trabalha, Adriana, trabalha Trabalha porque isso dignifica, Sustenta Justifica Melhora Ocupa o tempo Trabalha, Adriana, trabalha Trabalha para ir à praia, Conhecer Holanda Trocar de carro Rezar em Salerno Comer no Palais Royal Trabalha, Adriana, trabalha… Trabalha para poder descansar.
Insisto no fio da navalha, a colecionar mágoas a fingir sorrisos a contar acordes. Cresço em asas, sufoco raízes piso na terra miro pro alto. Olho no espelho, derramo o sol atiro em flor caminho pra frente. Colo o que sobra, varro cacos desmonto certezas orquestro movimento insono tranquila.
Que toda manhã você me acorde e fique mais cinco minutos Que me chegue devagar com beijo e carícia Que me adivinhe os sonhos e me faça canção Que fale baixinho e me desenhe seu nome Que toda manhã você renove os votos e não se acostume Que me respeite mais velha e me veja bonita Que me alivie os pesos e segure minha mão …