tchau, quarto de hotel

numa terça-feira em que o sol queima lá fora, sou janela, quarto de hotel, silêncio, cheiro e comida de hotel.
olho lá no horizonte sem prédios e uns azuis se misturam. e acho que eles parecem minhas solidões que se acompanham e se fundem para formar uma massa única que silencia em coro e se multiplica no ar.
estranho-me sem sair e correr a cidade nova. respeito-me pela disposição para clausura.
dessa janela assisto a mim mesma pelo lado de dentro. cada carro lá embaixo me percorre um caminho, cada pessoa-formiga me revela um segredo, cada passarinho um voo meu.
cansada de mim mesma, digo sim ao passeio e à exploração da cidade. porque o mundo é mais, ganharei as ruas. e assim é muito melhor.

quer comentar? não se acanhe.

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