vi tantos espetáculos em minha vida que não conseguiria enumerá-los ou mesmo destacar aqueles que me tornaram diferente.
compromissos profissionais, por anos, me fizeram estar com a programação cultural em dia. as coisas da amizade me despertaram a vontade de compartilhar o olhar de um ponto de vista diferente. os prazeres de sentar e ouvir/ver me empurraram para léguas de horas em auditórios dos mais variados.
enriqueci minha vida e apurei meus sentidos como expectadora de concertos de tudo quanto é tipo.
ontem, um novo capítulo.
relembrei o Brasil. deixei que o meu olhar, os meus ouvidos, os meus poros, deixei que todo o meu corpo se reencontrasse com o Brasil.
lembrei com força da frase da Jessica “eu vivo no Brasil e isso é muito para se ter em um corpo”.corruptei para ‘o Brasil é muito para se ter em um corpo’ e ao ressignifica-la senti tanta beleza, senti tanto prazer, senti o gozo de ser brasileira.
o Expresso 2222 e a Calcanhotto, o #foraBolsonaro e o bis, a música e a dança, os gritos e aplausos, o choro, o riso.
a música.
tudo isso me conduziu para uma reconexão, uma volta a ser e estar nesse estado que mistura jeitos, timbres, nuances, ritmos que é ser brasileira.
foi bom me reencontrar nessa profusão de alegrias, saber de mim e do que se mantem por dentro, não importa o tanto de distância que eu tome.
melhor ainda é saber que o país não é só essa fileira de desgraças e tragédias que vejo pelos jornais.
o Brasil é também Gilberto Gil e Adriana Calcanhotto, é Palco e palmas, é teatro lotado e catarse, é Volare e Bob Marley, é GilSons e triângulo.
‘o Brasil é muito para se ter em um corpo’, não há como se livrar disso.