1 de novembro, 1 santo

dia de todos os santos.os santos todos.todos santos. com a vontade de escrever sobre isso, fui fazer uma pesquisa. descobri que o Dia de Todos os Santos “é uma festa em honra a todos os santos, conhecidos e desconhecidos”. gostei dessa junção de palavras numa única sentença: festa, conhecidos e desconhecidos. a Igreja Católica, que conhece os mistérios mais profundos da humanidade e sempre soube …

duas vezes quinze minutos

tenho vontade de contar uma história que aconteceu por aqui nas últimas horas. pode ser que os três dias que antecedem o de hoje tenham mudado definitivamente alguma coisa dentro de mim. alguma coisa que ainda não sei direito o que é e nem conheço o nome. não posso relatar aqui o sábado e a sexta-feira e suas perversidades ocasionais e espontâneas.coisas ruins acontecem do …

o pó das coisas

precisava limpar a casa. arejar, lavar, arrastar, juntar, jogar.trocar uma coisa por outra.trocar sujeira por limpeza. quantas vezes já fiz isso, meu deus?! quantas e quantas vezes… meus objetivos são sempre os mesmos: não espirrar, não me coçar, viver num ambiente agradável e perfumado. se for bonitinho, ainda melhor. mas há algo a ser respeitado no pó das coisas.as histórias se empilham ali, dançam pelo …

corpo tropical

os primeiros dias de frio são os mais curiosos. percebo num zás-trás que todo o meu corpo é tropical, mesmo que curitibano.não tenho a sabedoria da carcaça. e não tenho mesmo, porque o calor igualmente me atormenta. fico encolhida na impossibilidade de vestir mais uma blusa porque penso que se colocar uma quinta camada agora, quando chegar janeiro nada me aquecerá. penso que se der …

ponto de orvalho

fui dormir com dor. acordei com dor. tenho uma estranha doença que me faz sentir dor na pele. a pele é uma coisa muito grande para ter dor. eu tenho. é horrível. também tenho uma outra decomposição que me faz sentir dor de vez em quando. nos ossos. mas neste caso não são todos. só uns dois me incomodam. e não sempre. sim, porque nem …

o mínimo

meu trabalho fica a três quilômetros e meio de casa. nos dias pares faço o percurso a pé, nos ímpares também.piso o chão, pelo menos, sete quilômetros por dia. é o mínimo. em dez dias, 70 quilômetros.em 20, 140.em 30 dias caminho 210 quilômetros.é o mínimo. quando chove, vou de ônibus; quando trabalho até tarde, volto de carona. mas meus deslocamentos são quase sempre a …

mil silêncios depois

voltar a escrever é como encher os pulmões com todas as purezas das seis horas da manhã. meu silêncio no papel começou tímido, sem grandes demonstrações, procurando não chamar muito a atenção. eu não queria ter que explicar. não saberia. depois, com o passar de nada atrás de nada, algumas pessoas notaram e gentilmente me perguntaram.tentei acenar com a verdade, mas pouquíssima gente até hoje …

feriado e silêncio

com um cabelo mais curto, mais branco e mais seco me sento em frente do computador para escrever. atrás da tela, o espelho. pela periférica, eu percebo meu corpo do outro lado, poucos movimentos, e uma fumacinha que chega cheirosa do incenso que queima na sala. a parede amarela, a cama gris, a cortina que balança devagar. essa ruga cada vez mais funda no meio …

beira do mar

quando eu era menina, antes da partida definitiva para uma viagem grande de verão, não era raro que as manhãs de domingo acontecessem na expectativa de um dia de praia. meu pai analisava o tempo, como se entendesse alguma coisa sobre o assunto, e adivinhava se choveria ou não durante o dia. com sua resposta, que desconfio que tinha mais relação com seu humor do …

Curitiba, sorriso de ouro e chumbo

houve um tempo na minha vida em que conhecia como sinônimo de férias intensas umas ações como andar por lugares desconhecidos, mergulhar em mares transparentes, ouvir histórias e sotaques, beber coquetéis de frutas que nunca havia ouvido o nome e por aí vai. e por aí iam aqueles dias em que escorregavam minhas folgas do cotidiano. passei um mês no Brasil, fincada em Curitiba, a …

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