aos moços

Em conversa afirmei que sou do time que acredita que todo mundo é bacana até que se prove o contrário. Acho isso, porque todo mundo é bacana e todo mundo é capaz de provar o contrário, eu, tu, ele.
Vivo a apostar no melhor. Não tenho grandes problemas. Quando sou contrariada na filosofia, sacudo a poeira e dou a volta, quase sempre é possível compreender e esquecer e tudo continua.
Meus amigos sempre fizeram vista grossa para meus defeitos, é justo que eu aprenda e pratique a lição.
Claro que há casos, os extremos, em que não é factível voltar às boas. Para esses, dois pés atrás, atenção máxima, vigília constante e um chega-pra-lá.
Esse jeito de viver é a proteção que encontrei para não sofrer. É mais fácil olhar para o mundo sem ver ameaças em cada um que se aproxima. Mais simples.
Minhas boas expectativas mais se confirmam que se anulam.
O acaso me protege.  
Tenho fé no humano, nas humanidades e mais ainda naqueles que estão ao meu redor. Se justifico algum pormenor que me desagrada, não é porque sou muito boazinha como sempre diz meu pai, é só porque sei que todos nós, eu tu, ele, somos feitos de imperfeições.
O desencantamento geral com a humanidade não me agrada. Não reconheço na ação de ficar apontando o que há de pior por aí valor de senso crítico, de observação apurada ou olhar atento. Para mim esse tipo de coisa tem relação com amargura, pessimismo, falta de reconhecimento, olhar enviesado.
Não tenho vocação para polianices, mas fui agraciada com presenças que me fazem crer. E por isso, creio!   

Nesse quesito estou com Cora Coralina, antes acreditar do que duvidar.
 
 

quer comentar? não se acanhe.

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