dentro de um figo maduro

Montei minha casa, que não é minha, cheia de cores, objetos, plantas, perfumes, sabores. 
 
Janelas sempre abertas, som constante de conversas, música tocando e alguma coisa douradinha e borbulhante no fogão. 
 
Há variadas bebidas, dois colchões reserva, cachorro que sabe truques e mais de dezena de girafas.
 
Recordações de viagens, presentes de amigos e muitos penduricalhos. 
 
Minha casa não é minha, mas é meu este lugar!
 
Nas andanças aprendi a deixar coisas pelo caminho, a me desgrudar de objetos e a guardar na memória as composições de outros espaços. 
 
Descobri que casa de verdade, casa da gente, sempre está um pouco bagunçada: um tanto de desordem e precisando de algum tipo de reparo. 
 
Sei também que não há melhor lugar no mundo!
 
A casa tem suas vontades. Quando Tim Maia está na radiola, é hora de faxina; se Sinatra canta, é para namorar; quando Bach ataca, silêncio. 
 
Tenho poltrona de leitura, lugar preferido na mesa e recortes de detalhes. 
 
Gosto quando os amigos vêm! 
 
Aqui não tem TV nem relógio. Em compensação, mais de dúzia de rádios, toalhas felpudas e cobertores quentinhos.  
 
Sou rainha do lar, mas essa também é a casa das pessoas que eu amo e para elas as portas estão sempre abertas. 
 
 

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