por cima do muro de hipocrisia

Filho,
 
Eu fico choramingando por aqui, por aí, aos quatro cantos, a saudade que sinto de você, Dé…
 
É claro que tenho saudade! E não iria ter decerto? Mas é bom que se diga que eu me sinto muito feliz por você estar fora, a estudar, a conhecer o mundo, a viver a própria vida, fazer as próprias escolhas, tratar do presente, do futuro, do seu nariz!
 
Tenho orgulho de ser mãe de um piá que age como homem, que saca as coisas…
 
Não quero que você volte, filho. Não tenho vontade de colocá-lo de volta debaixo de minha asa, da minha opressão, da minha batuta. Você já é o seu regente. Essa é a sua vida e ela tem que ser vivida do jeito que você quer, gosta e planeja.
 
Vida é assim: cada um tem a sua!
 
Tenho orgulho de dizer que você está em Portugal, que pensa em mestrado no exterior, que faz planos, que se cuida sozinho. Penso que foi pra isso que te eduquei durante esse tempo, para que, autônomo, você siga hoje e sempre o seu caminho.
 
É claro que você sabe que essa é sua casa e que sempre estará com as portas abertas e os braços encharcados de saudade, o que não significa que seja necessário cortar suas asas. 
 
As asas não têm nada a ver com as raízes! Cada coisa em seu lugar.
 
Amo-o, longe e perto!
 
 

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