publicação urgente

tenho as euforias da vida pós-moderna na escrita. não gosto, não é bonito, palatável, ou salutar, mas tenho.

umas urgências me invadem e me obrigam a uns textos cheios de açodamento que não permitem o esmero da palavra. anseio, escrevo e publico.

não deveria deixar que as inquietudes de morar na web atrapalhassem a construção do meu texto. as ondas da infomaré me conduzem nessa ligeireza impaciente. e por que, questiono eu aqui com meus bytes, por que me dar ao desfrute de me deixar dominar pela velocidade desses tempos? que tenho eu de tão urgente para falar que não pode esperar que um texto durma em paz e acorde pronto para cortes, retoques, melhorias? que ambição é esta que faz me jogar com tanta imprudência aos olhos dos que passam por aqui?

penso em algumas teorias a respeito de ter um blog e mantê-lo ativo, com leitores e comunicação. penso em aflições próprias de tirar de mim coisas que me impressionam e procurar eco. penso na solidão inquebrável da escrita a procurar a companhia da leitura. penso na vaidade, no treino, no trabalho, no exercício, no limite, na superação, na existência, no fim. penso em muitas coisas, mas não tenho resposta.

não sei se há o que me salve deste círculo vicioso e desleixado, nem sei se quero sair dele. enquanto isso, anseio, escrevo e publico. e de vez em quando me desculpo.

desculpa?

quer comentar? não se acanhe.

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