zum de besouro

Quem entende de solidão?
 
Eu entendo!
 
Entendo quando saio de casa pela manhã e há milhares de pessoas pelas ruas;  quando toca o telefone e alguém fala comigo; quando respondo 45 e-mails por dia; quando vou ao cinema.
Entendo mais ainda quando lavo a louça, espano o pó, passo a roupa, ganho o pão, faço piadas comigo.
 
Eu sei da solidão desde criança quando montei um laboratório no porão de casa e contrabandeava porções de xampu, cremes, azeites, folhas secas, flores caídas, perfumes, materiais de limpeza e tudo aquilo que podia misturar para brincar de magia… passava horas sozinha e em solidão fazendo meus experimentos.
 
Depois que cresci passei a liquidificar sentimentos. Sozinha, aprendi a consumir minhas angústias, medos, aflições. Saquei que dividir emoções era muito pra mim, que eu não aguentava. Passei a vida cultivando a solidão.
 
Maternidade, amores, amizades me tiraram um pouco – um pouco! – disso, mas na minha essência, meu caminho é solitário. De quando em vez isso acaba por me ferir e me fazer infeliz; mas no mais, vivo bem e aprendi a compartilhar só o que não perturba ninguém.  

Acho que todo mundo é um pouco assim… 

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