Quem entende de solidão?
Eu entendo!
Entendo quando saio de casa pela manhã e há milhares de pessoas pelas ruas; quando toca o telefone e alguém fala comigo; quando respondo 45 e-mails por dia; quando vou ao cinema.
Entendo mais ainda quando lavo a louça, espano o pó, passo a roupa, ganho o pão, faço piadas comigo.
Eu sei da solidão desde criança quando montei um laboratório no porão de casa e contrabandeava porções de xampu, cremes, azeites, folhas secas, flores caídas, perfumes, materiais de limpeza e tudo aquilo que podia misturar para brincar de magia… passava horas sozinha e em solidão fazendo meus experimentos.
Depois que cresci passei a liquidificar sentimentos. Sozinha, aprendi a consumir minhas angústias, medos, aflições. Saquei que dividir emoções era muito pra mim, que eu não aguentava. Passei a vida cultivando a solidão.
Maternidade, amores, amizades me tiraram um pouco – um pouco! – disso, mas na minha essência, meu caminho é solitário. De quando em vez isso acaba por me ferir e me fazer infeliz; mas no mais, vivo bem e aprendi a compartilhar só o que não perturba ninguém.
Acho que todo mundo é um pouco assim…
Minha amiga (co)solitária,
Você percebe o paradoxo da sua afirmação? “Saquei que dividir emoções era muito pra mim, que eu não aguentava.” O que você faz maravilhosa e generosamente bem ao compartilhar seus deliciosos e envolventes textos conosco? E que bom que você faz isso!
Outro equívoco, doce Adri: “aprendi a compartilhar só o que não perturba ninguém”; você compartilha o que é sentimento e experiências verdadeiros, não há como ficarmos imunes às suas palavras. Ainda bem! Você nos perturba positivamente.
Por favor, continue dividindo e nos perturbando tão bem com seus textos.
Saudades de sempre…
Beijo,
Lê
lelê,
você sempre é ótima comigo!
tão bom ter você por perto, mesmo que seja virtualmente…
saudade como nunca…
beijoca
:o)
os solitários tem minha profunda admiração.
JOPZ
“os verdadeiros amigos são os solitários juntos”
Bonnard
hein jopz,
acho que todo mundo é um pouco, né?
:o)