neste dia – o que as memórias do Facebook me contam

estou a viver em dois tempos, hoje e ontens.
todos os dias olho para o aplicativo do Facebook para descobrir o que eu estava fazendo há um ano, há dois, três, quatro anos. retiro a coberta do tempo e descubro minhas memórias.
é um exercício interessante lembrar precisamente do que me acontecia em datas específicas, que construíram páginas importantes da vida.

meu diário virtual é eficaz. é quase revolucionário, porque me conta sobre coincidências impressionantes ano após ano, e me faz acreditar que alguma coisa de muito misteriosa marca minha construção.

quando pego a lupa e investigo cada santo dia, percebo que eles têm acontecimentos precisos que se repetem, sem imposição ou planejamento, ano após ano. e para que eu não viva numa mesmice de dar dó, acabam sempre trazendo um elemento a mais. há um bloco sólido que serve como base e a cada ano, confirmo sua sustentação e coloco mais um andar nisso tudo.

ao mesmo tempo que sinto qualquer coisa que se mistura com a palavra satisfação quando reconheço isso, me assusto. é excessivo para o espírito reconhecer que meus ciclos são tão repetitivos e ordenados. logo eu, a líder da rebelião contra as coisas que engessam…

colher memórias, é saber do próprio tamanho e de como tenho empregado a vida. sim, eu fico satisfeita, eu gostei de saber que em agosto eu estive na Bahia, na França, em Portugal, na Bahia de novo, na França de volta e mais uma vez na Holanda, também fui para Pato Branco e Antonina e São Paulo e Porto Alegre. eu gostei de saber que meus olhos brasileiros sonhando exotismos fizeram percursos anos a fio, anos sem saber ou planejar que agosto é o momento dessas coisas. a fundação é a mesma, cravada no lance de sair de casa.

em 2016, apesar da falta de postagens, também fui, fui e voltei muitas vezes. arrumei várias vezes malinha de um dia e ganhei a BR – vi caminhões e neblina, flores e carros, rio e gente, praças e ruas; vi o mundo.
sou viajante no mês de agosto, o melhor de tudo, é que na maioria das vezes só voltei para casa quando a folha do calendário girou, o que significa, no reconhecimento histórico, que ainda tenho uns dias de boas memórias e grandes vivências pela frente.

o importante é ir… eu vou!

holanda 2014 Pato Branco 2013 coimbra 2012 Paris 2014

bahia

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