pecado capital

estava aqui a fazer contas.

não sou nada competente com grana. quando não estou na pindaíba de vender o almoço para comprar o jantar, faço as refeições em restaurantes caros sem me preocupar com o amanhã. jogo no time do tudo ou nada. nada.

de susto em susto, comecei a ficar aflita em ser do jeito que eu sou. resolvi fazer umas mudanças. cortar zeros do orçamento, poupar, pensar no amanhã.

decidi que quero ter dinheiro guardado. para qualquer coisa, tanto faz.

não tenho a menor ideia de como fazer isso. não é o caso de optar entre colchão, cofre ou banco. meu degrau ainda é o primeiro, reeducar o espírito livre e solto; colocar cabresto numa alma guiada pelos entusiasmos; negar as vontades.

preciso mesmo é trocar o pensamento da vida inteira que se esbanjou na certeza de que tudo é muito fugaz e que não devo me esconder dos pequenos prazeres. por exemplo, se o que me faz feliz é riscar o céu para desembarcar em outras terras e aventuras, não penso, só vou e pronto. ou se todo meu contentamento é entregar saco de dinheiro a um amigo que precisa, é o que faço. esse modus operandi não combina com economia. não mesmo. ao contrário.

de tanto abrir correspondência do Santander com a mão na testa a pronunciar palavrões, acho que chegou a hora de dar adeus aos bons tempos de imprudência.

então aqui estou, pobre e humilde, a convocar os amigos para que se manifestem e me guiem na arte da reeducação financeira, na maestria do pensar no amanhã, na habilidade do poupar hoje.

mas tudo isso só depois de maio, porque hoje a vida ainda é curta demais pra isso. meus próximos planos estão traçados: Buenos Aires, aí vou eu!

quer comentar? não se acanhe.

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