no Mercado Municipal

domingo eu me desmanchava pelos prazeres da feira. hoje cedinho fui ao Mercado Municipal. além das obrigações das compras há todo aquele clima, as vozes, as cores, os cheiros… adoro!

sou habitué de alguns lugares específicos: a mesma barraquinha de grãos, a mesma loja de quinquilharia, a mesma peixaria, a adega, a parada obrigatória no MaiaBox.

apesar da limitação para as compras, gosto de vagar pelos corredores e acho que se pudesse por ali ficaria o dia inteiro. riqueza de tipos humanos, amostra gratuita de muitas possibilidades.

numa terça-feira de manhã, o Mercado Municipal tem muita boa vontade: quer que eu carregue até o carro? / prova um pouco pra ver se você gosta. / leva esse daqui que está mais fresquinho. / eu te dou esse, você leva, faz, se gostar, volta e compra outro.

é bom quando o dever cotidiano pode ser feito dessa forma. leveza.

prestando atenção em tudo e por isso mesmo, distraída, comprei umas coisinhas num lugar que vou há anos, mas não sei o nome dos donos, nos tratamos por vizinho, vizinha. casal lindinho de japoneses, donos de toda a gentileza existente no planeta. paguei e saí arrastando os passos para que o passeio se prolongasse. a conta: 34,40, que virou 34,00. achei que resolvi assim, nota de 20, nota de 10 e duas de dois. já estava abraçada a uma melancia no corredor ao lado quando escuto a voz dela: vizinha, vizinha… achei que havia esquecido a sacola, que é o que normalmente acontece. qual o que? você me deu 100,00 em vez de 2,00, não vi na hora… me entregou a nota, não quis os 2,00 que faltavam e me desejou uma boa semana, sorrindo tímida e fazendo ligeiramente aquela saudação japonesa.

as vezes acredito que o mundo tem solução.

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quer comentar? não se acanhe.

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