câmbio

tenho preguiça com as coisas da cozinha. tudo que faço diante do fogão tem relação direta com a praticidade. não consigo me aventurar em pratos variados, elaboro aqueles que não demandam muitos acompanhamentos: feijoada, caldeirada, macarronada e outros adas ou nadas que me deixem segura na hora de servir.

se contratasse uma cozinheira gostaria que ela fosse o meu oposto e tratasse de entrada, saladas, entrada quente, prato principal, sobremesa e cafezinho em todos os almoços, sempre à francesa. não sei fazer esse tipo de coisa, me atrapalho na hora de tirar a comida.

mas quem disse que não tenho coragem? hoje tive aventura diferente com as panelas, formas, refratários, travessas e todos os utensílios que acumulo por aqui. inventei seis pratos diferentes. como não era possível um serviço francês, todos deveriam pular automáticos em um único assobio da cozinha para a mesa de almoçar. tensão.

esqueci de um prato. noves fora, acho que me saí bem, tudo borbulhante, quentinho e dourado ao mesmo tempo. tudo colorido, apetitoso e convidativo na mesma hora. tudo gostoso, testado e aprovado em uníssono.

a pensar que até hoje só havia preparado um dos cinco que fiz e servi e que todos deram certo e que dos cinco, três eu inventei do meu jeito, dentro da minha inesgotável rebeldia disfarçada de criatividade, mudo de opinião a respeito de mim mesma. cara!, acho que nasci para cozinhar.

e lendo a rudeza desse texto, concluo: é hora de trocar a pena pelo avental.

 

– e isso sem falar das sobremesas…

quer comentar? não se acanhe.

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