poesia Arquivo
a brisa que sopra em meu rosto as pérolas do colar um pavio no último suspiro aqueles dias de agosto… sinto o embalo de sua mão a janela aberta entra melodia, a travessia eu sinto o embalo da sua mão e um adeus que precipita as palavras que quero te cantar em poesia ou em canção tecendo em cada sorriso em toda a lágrima sua …
aguardo o passar dos danos a pedra furada pela água mole e o perdão de cem anos. mesmo com paciência como cru porque é cor de rosa a grama do vizinho não espero e já alcanço e rio melhor: início, meio e fim. dou a César dois pássaros na mão e ele me confessa que não beberá dessa água. sigo nos trilhos e estou na …
eu tenho uma vida inteira desperdiçada em lágrimas toda mi vida a llorar, caer en lluva de sal escorreu em meu rosto, traços fundos, todo tipo de lástima sufrí pelos hombres que no lo saben gritei as verdades num coro total naufragué en los córregos menos profundos e por fim larguei as esperanças no canto dos boicotes poco a la izquierda para otros tiempos mesmo …
a poesia está em mim como a música. sou uma amante submissa, que admira, se encanta, entende, alcança. e só. e já é muito. vez ou outra cometo a saliência vulgar de tentar o que não sou. a poesia é generosa e me deixa passear inocente entre seus versos, abre sua casa e me chama para que eu entre, para que eu visite, para que …
pode ser que essa vontade de comer pastel na feira passe, como talvez passe também o desejo de caminhar na praia, de entrar no mar, de contar estrelas e de aprender a costurar. vai que eu mude de ideia e não precise mais pisar na Estação de Sirkeci ou não queira as alvoradas dos canarinhos muito amarelos da minha varanda. quem sabe, eu desista assim, …
aqui estou, disposta a falar a dizer tudo e explicar pouco a querer muito e realizar tudo a tentar pouco e conquistar o mundo aqui estou, diante da vida e perto do fundo na via de ida e na verdade sem muro em cima da ponte e olhando pro sol com os pés no chão e as mãos pra trás estou aqui, ouvindo a música …
é a voz do mar que sinto agora e todo o seu barulho explode em meu ouvido como se fosse um tiro um grito, um último pedido o hálito da praia despenca em mim arromba portas invade as paredes quebra vidraças corre como raio me prende e me impede neste quarto onde o mar me habita me deito e me dispo espero.
não se machuque, meu amor não deixe que o mundo te fira que as curvas te enganem que a paixão te sufoque meu amor, acorde e olhe em volta aprecie a vista solte os cintos e se jogue não sofra, meu amor largue os pesos esqueça o passado deixe que tudo se renove é na leveza que o amor se faz na fruição da carne …
eu e meus amigos estamos a ficar velhos temos todos, eles e eu, cabelos brancos vontades próprias, passado numeroso e algum problema nos joelhos os meus amigos e eu aprendemos algumas coisas e nos entulhamos de fotografias nós não confiamos mais na memória mas nos damos ao luxo de decorar poesias todos nós temos mais passado que futuro e a morte nos ronda e a …
tenho vontade de pedir perdão. de estender os olhos até onde meus pecados alcançaram e curvar-me pelos erros. não quero penitência, só o perdão mesmo. puro, simples, humílimo. e este perdão deveria caminhar até o futuro onde certamente minhas imperfeições continuarão a dançar. sei de alguns erros desde seus nascimentos. mas os insisto. deixo-os que pulem, que se transformem em ação e que façam os …