pós-viagem

pode ser que eu não volte. é possível. mais. é provável.
acontece sempre do mesmo jeito. os lugares que visito vão se acumulando em mim. chuvinha de influências, novidades, pensamentos, costumes, jeitos de ver e viver a vida. não que tudo me atinja de forma encorpada e definitiva, mas há traços mais fortes que me chamam a atenção e me modificam. nunca volto igual. nunca volto.
gosto disso. e me surpreendo. a engrenagem me faz marchar cheia de raízes quando estou fora, com mais tinta em meu sotaque, meus costumes, minhas referências. em casa, luto diariamente para me livrar de alianças, algemas, correntes. é um jogo eterno, que me equilibra entre o que sou e no que vou me transformando, um jeito dessa coisa gradual de mudanças… é como os dias se transformam em anos e de como a gente deixa de ser aquilo para virar isso…
gosto. e mais ainda quando percebo essas nuances. é bom sentir, é viver três vezes as transformações: a consciência de que estou a deixar de ser, deixar de ser e continuar a ser.
a Bahia está em mim de forma diferente do que esteve das outras vezes, como está também Pato Branco, Coimbra, Porto Alegre, São Paulo e todos os lugares por onde pude andar, conversar e sentir.
me emociono com esse eterno cais, de onde podemos sempre chegar e partir, sem limite de bagagens. vivência.

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Uma resposta

  1. Zeca

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