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comunicação sem trégua

não muito, mas ando a pé por aí. gosto. quando os ponteiros me impedem, quando a preguiça me toma ou quando a distância não permite, recorro ao carro. há mais de uma semana estou sem rodas. problemas mecânicos que não conheço e não tenho ânimo para investigar. caronas, compreensões, caminhadas têm proporcionado que a vida siga na engrenagem. ontem, segunda-feira azul, saí das proximidades do …

quase muda

nem queria dizer nada hoje. mas o texto tem dessas coisas, é preciso preocupação com a função. e isso não é bom. quiçá fosse permitido um texto só pela beleza, só para guardar as palavras de minha preferência. coisa de venustidade sem estar de mãos dadas com o sentido. uma intimidade de pronúncias e dos desenhos que elas fazem no papel ou na tela ou …

silêncio

escrevo pelos cotovelos. todos os dias. o tempo todo. até quando não estou a escrever, estou a escrever. meu pensamento é moldado para a escrita. uma narrativa eterna que fica rondando minha cabeça, a computar as coisas, as situações, as pessoas. as vezes é bom. as vezes é enlouquecedor. as vezes não é nada. o que fica registrado neste jardim azul e branco é uma …

tratado de silêncio

fico triste com minha incapacidade de conversa.  tudo que consigo, acho, comunicar na calmaria do papel tem dimensão completamente inversa na fala. não sei se por submissão, covardia, timidez ou puramente incompetência, muitas vezes percebo que não estou sendo compreendida. a situação me exaspera, o corpo cansa e o eterno sentimento de inadequação no mundo cai sobre mim feito uma capa pesada que cobre qualquer …

este céu sem fim

Depois de alguns meses a escrever no bloco de notas, volto às boas com o Word. Computador novo, quantia pouca para a Microsoft, um suquinho de maracujá durante a transferência e a licença é minha. Até as teclas parecem outras. A vida se refaz e tudo começa a voltar para seus devidos lugares. Mais concentração na leitura de textos, grande facilidade para marcar palavras, grifar …

deficiência

teve uma época da minha vida que eu era louca por rimas, riminhas, podiam ser pobres, não obedecer métrica, não formar sentido, não comunicar com exatidão, não ter ritmo adequado. mas eu pensava em rimas. ainda bem!, isso passou. hoje quando vou construir alguma coisa e sinto que há necessidade de empilhar as palavras com alguma sonoridade que as combinem, penso mil vezes e se …

neurastênica

“A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta.“ (Fernando Pessoa)   tenho escrito muito nos últimos dias. páginas e páginas de conteúdo impublicável.  sei que jamais contarei sobre o tema, mas me debruço com concentração de monge e escrevo. gosto de escrever porque gosto de me comunicar; de pensar e falar sobre. e a única maneira que tenho …

cartas para mim

antigamente, quando a vida ainda seguia a marcha das ilusões, tinha dois medos: ficar sozinha e não escrever.  o primeiro temor, nasceu quando nasci. de tanto provar da solidão e não encontrar sentido em fazer laços indissolúveis, a voz de fora passou a proclamar que vida desacompanhada era mesmo o estado natural de todo mundo, todo mundo do meu mundo. afirmei que a caminhada depende …

書道

Antigamente tinha letra bonita. Caligrafia calma, desenhada, pintada na vontade de estar perto do papel. Até minha assinatura era mais caprichada. Os diários dos anos que ficaram nos cadernos são documentos que denunciam uma vontade de fazer registro com decência, mesmo quando as notas não eram tão agradáveis. A máquina de escrever não foi uma sensação pra mim. Fiz o curso obrigatório, aprendi sequência das …

oração

Caí da cama, pulei cedo, porque a vida é curta e eu enfrento o frio. Percorrerei o dia inteiro que se apresenta com dignidade, com euforia de espírito e boa vontade com meus semelhantes. Só por hoje tentarei não fazer bobagens. E nesse dia, que começou tão antes, hei de trabalhar a terra, enxada nas mãos,  colheita de ontem, semeadura de amanhã. É possível que …

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