derrière

impressionada com as bundas na avenida…

primeiro com o tanto de bunda bonita que saracoteia diante da escola, dos olhos, do mundo. bundas moldadas no sobe e desce de ladeiras. bundas esculpidas pelo gene africano. bundas que visitam academia e brigadeiro, musculação e preguiça, exercício e sorvete. bundas que conhecem o vaivém a caminho do mar e o balanço sensual de curvas femininas. bundas que leem e dançam, estudam e se divertem, vão ao teatro e à praia. bundas de gente como a gente, mas super bonitas.

outra coisa impressionante são as bundas de academia, 100% academia, 100% da vida dentro da academia. cada coxa, uma tora de pau-Brasil para sustentar aquela coisa imensa que de tanto provocar os músculos ficou quadrada, carnadura sem vida e triste, que se esquece que está na avenida e parece que ainda sustenta pesos e ouve o instrutor a gritar sequência de exercícios. pobres bundas! nenhuma vida além das repetidas séries de academia, treino, tristeza, burrice. nenhuma humanidade, nenhum traço feminino, nenhum atrativo, nenhum mistério, nenhum requebrar.

agora, o final dos tempos se anuncia quando entram na avenida as bundas fabricadas nas próteses. cara! o objetivo do enchimento artificial é ficar como bunda de academia, não como bunda de verdade – o que é ultra esquisito. as bundas artificiais carregam bolsas de silicone ou sei lá o quê, e elas se mexem dentro da pele, parecem experiências científicas vivas e malsucedidas. é tanta anormalidade que dá pena e fico a pensar no arrependimento das popozudas de laboratório.

não sou uma entusiasta da naturalidade da flacidez e das celulites, se pudesse expulsaria para nunca mais cada uma do meu corpo, mas tenho cá pra mim que uma bunda de verdade é bem mais bonita que todo o investimento de academia e cirurgias. bunda de verdade desfila, desperta, desafia.

aguardo a volta dos tempos da epidemia chamada carnaval com bundas de verdade. e por assunto melhor para tratar…

quer comentar? não se acanhe.

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