sono

às vezes tenho atrapalhações com o sono. ele me visita fora de hora e fica a zanzar pela minha vida em horários impróprios.
à noite, quando estou pronta para recebe-lo, foge.

quero que ele seja comportado e regrado. tento domesticá-lo, mas meu sono é selvagem, independente, obedece às próprias vontades e me prova que os movimentos do planeta não fazem sentido para ele.
passar um terço da vida não combina com meu corpo.

penso que me falte cansaço para me entregar. esta exaustão cotidiana que sinto não parece suficiente. ao contrário, me desperta em alerta.

pois hoje, sábado de sol e de calor, dia ideal para abrir a porta e ir, não importa para onde, fiz caminho inverso.
fechei as janelas, vesti pijama e deixei, irresponsável, que a cama tomasse conta de mim.
dormi.
dormi muito.
dormi das duas da tarde até às sete e pouco da noite.

sei sobre a semana que tive e como ela absorveu cada fagulha de energia. em alguns momentos achei que desmaiaria num canto qualquer para repor as horas de tormenta. os avisos estavam por toda parte.
mas dormir quase seis horas numa tarde de sol?
deixar que este dia se transformasse em dia não vivido?
permitir a morte de horas que preciso para viver prazeres?

como se já não fosse assustador o suficiente, o pior vem agora. estou com sono. muito sono. tanto sono que mal consigo batucar essas linhas e já nem me interesso em releitura para saber da conveniência de publica-las.
sei que voltarei para cama em minutos e pouco depois estarei abraçada ao travesseiro para novo passeio nessa terra desconhecida, onde anjos ou demônios me visitarão.
me espanta saber disso.
mas não mudo de ideia.
boa noite.

quer comentar? não se acanhe.

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