Sobre Curitiba Arquivo

frio

há alguns meses fiz um investimento numa loja de gente que se joga em altas aventuras. entrei, esquisitona e deslocada, em lugar especializado em produtos de alpinismo. comprei calça, meias, blusa e até cachecol para baixas, baixíssimas, temperaturas. alta tecnologia, me falaram. achei que eram providências práticas, inteligentes, duráveis e que não entulhariam guarda-roupa, malas e paciência. as tentativas iniciais aconteceram em dezembro, no inverno …

Título II, Capítulo VI, Artigo 171

e pensar que tudo que se refere ao serviço público rolou de maneira positiva e operante e o pepino se deu exatamente na iniciativa privada… porque gosto de detalhes vou tratar de contar a saga. despenquei na delegacia hoje cedo. (antes de continuar, não há como não falar de restos de móveis, pintura descascada, mesas bambas, cadeiras quebradas. eu sei, é uma delegacia e não …

a ciranda das coisas

passei boa parte da tarde/noite de sábado a arrumar tranqueiras em casa. um cômodo. um milhão de coisas. o quarto que foi do Dé estava se transformando numa imensa sala de jogos. Lívia e eu abríamos a porta e jogávamos tudo quanto é tipo de tranqueira ali. não havia mais condições de trânsito. nem de parada. me enchi de coragem, puxei fôlego, arregacei as mangas …

a arte de pechinchar

depois que escrevi post sobre minha incapacidade na gestão das finanças e a vontade de reverter o quadro, várias boias foram jogadas ao mar. é possível que eu as costure e faça um imenso bote. meu medo é comprar umas velas de linho, litros de rum Havana, quilos de peixe defumado e partir oceano afora, me afundando em mais contas… mas a questão aqui é …

mundo tecnológico

já disse em outras oportunidades que tenho dificuldades no vasto mundo da tecnologia. meu aprendizado se dá na marra, ditado pela necessidade. quando preciso de algum recurso, aprendo; o que significa que sempre estou atrasada – a vida inteira a um passo atrás. mas vou me virando, não sou exatamente uma topeira e o que preciso nem é lá tão complexo assim. mas tem uma …

minha voz continua a mesma

saí hoje pela manhã para fazer umas coisinhas no centro. depois de perambular pela obrigação, o dever do entretenimento. sem endereço definido caminhei pela XV. eu me distraía tranquila quando passei por uma loja de cosméticos e lembrei que precisava de creme para o cabelo. problemas começaram a desabar numa velocidade apavorante. o primeiro obstáculo foi driblar o cara do microfone. veja bem, eu queria …

ópera sem história

quando o tempo é curto, a preguiça muita e a fome gritante, almoço num restaurantinho aqui na quadra de casa. é honesto, tem nome de ópera e serve à vizinhança. o pai do dono, um senhor muito simpático, está lá diariamente como um maître des cérémonies, que, sentado na sua mesa de todo dia, cumprimenta esfomeados com sorrisos e acenos. quando vou sozinha as vezes …

sábado na Mercadoteca

tenho uns problemas quando fico nervosa. ou fico muda, estática, com o olhar parado num eterno flerte com meu pé esquerdo ou falo sem parar, qualquer coisa, principalmente aquelas que não devo. por causa da minha irmã, fui convidada para bate-papo com o Jaime Lerner no sábado passado, 27. público, microfone, câmera, perguntas, tudo que me apavora. aceitei porque tenho cá minhas vontades de superação …

antes da chuva chegar

pela fresta aberta no quartinho, janelinha de um palmo de largura, vejo árvores, passarinhos, prédios, céu, telhados. recorte de cidade. vejo também, e com atenção especial, o meu edifício predileto do bairro. já falei dele por aqui. gosto de suas cenas e de como os vizinhos narram suas vidas na varanda. hoje, enquanto trabalhava e estiquei o rosto para sentir o ventinho da chuva, vi …

estátua: s.f. Obra de escultura em relevo pleno, que representa um ser animado. / Fig. Pessoa imóvel, sem ação.

dia desses contornando a pracinha, vi um maluco a conversar com o busto de Alfredo Andersen. disse-lhe algumas coisinhas, deu-lhe um tapinha camarada no ombro e foi-se embora. achei graça e fiquei curiosa sobre o papo. que será que o cara confessou a Andersen? e como obteve resposta tão significativa que lhe despertou o gesto amigável? as vezes conversar com uma estátua pode ter grande valia… …

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