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na desordem do armário embutido

quando percebi que parte de um biquíni se abraçava indecentemente a um pé solitário de meia e uma saia de verão se insinuava ao paletó, soou o alarme de emergência: hora de arrumar o armário. caí em desespero. chorei lágrimas de linho, solucei algodão e me revirei em malhas: doze portas, oito gavetas, dois calceiros, quatro cabideiros e uma população confusa, que importou e exportou, …

sonhos de arquitetar

a zanzar pela internet na companhia dos sonhos de sempre, encontrei um terreninho pra vender em Antonina. coisa modesta, num lugar que nem é o meu escolhido nas noites de liberdades, mas mesmo assim fiquei interessada. o valor, que parece caber numa loucura de financiamento em tempos difíceis, me seduz. tenho cá minhas urgências de Antonina. em suposições sem fim, comecei a pesquisar sobre construções …

do amor

eu falo de amor em outra língua as vezes ocupo olhos para ouvir uso as mãos, sei pelo cheiro e declaro na canção eu trato do amor no avesso no inverso, no contrário o oposto que é meu reverso a imperfeição de mim no descompasso, converso eu caminho pelo amor como quem anda ou quem corre melhor, quem para e no beijo morre eu sei …

amanhã é meu aniversário

na verdade, acho que todo dia é meu aniversário. o abrir dos olhos é o renascer; cada vez que a Terra se arrodeia, cada desaniversário, cada um dos 364, deveria ser comemorado e reconhecido e agradecido e desejado e presenteado e especialmente conduzido como aquele com data certa. é verdade, cada dia com a chance de vivê-lo, de completá-lo como ciclo único e como parte …

a palavra estou em mim

tenho a impressão de que tudo que escorre para o papel é uma espécie de resquício de mim, um resto, vestígio de alguma dor ou alegria que finjo. mas, definitivamente, só finjo aquilo que sinto. talvez as palavras sejam como lágrimas. gotas que não são boas ou ruins, mas que são boas ou ruins. o eterno exercício da comunicação, a tentativa sem fim de dizer …

sobre quase todas as coisas

ano passado, por essa época, encasquetei que era hora de uma cadeira decente aqui pro quartinho. é preciso tratar com respeito as horas de computador. na época, elegi a boa e velha Cimo, tive meus motivos e eles cobriram várias bases, desde o conforto até a estética. meu pai tinha uma Cimo, formava conjunto com escrivaninha e armário da mesma família. escritório completo e elegante …

problemas com o blog

não tenho aptidões tecnológicas nem interesse em desenvolvê-las. sei algumas coisas porque elas já se popularizaram tanto que pra não ficar tão feio, tratei de assimilá-las. as vezes faço cara de inteligente e uso palavras como provedor, cachê, pop-up, html, byte, mas não sei se elas estão corretamente inseridas nos contextos. é fato que alimento minha ignorância todas as vezes em que coloco o manto …

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