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o que se traz do mercado…

Aprendi ainda menina que deveria ser boazinha: emprestar os brinquedos, dividir a última bolacha, doar roupas usadas, não brigar, não mentir, não responder aos mais velhos, dar a outra face… Assim tenho passado os anos. E uma culpa que não cabe no mundo me invade toda vez que cabulo, de forma acidental ou não, algum item.  Pois hoje no mercado, na fila do caixa, estava …

livre

Como num quebra-cabeças de muitas e miúdas peças, passei a vida a tentar encontrar partes que se encaixem, se complementem, se misturem para formar grande paisagem.   Mas hoje, a olhar um cisne negro, de pescoço longo e movimentos sutis, esparramado num imenso parque, comecei a achar que as pequenas partes, separadas, isoladas, quietas também dão boas histórias.   Pra que ficar tentando colar tudo?  …

minha coleção de vexames…

Pode ser que eu só estivesse cansada, fisicamente cansada, pelo acúmulo de noites mal dormidas. Ou esgotada, emocionalmente esgotada, com a gangorra que se tornou minha vida. Ou distraída, mentalmente distraída, completamente voltada para as minhas questões. Ou em qualquer outro estado que me tirou de meu modo de operação normal pra cometer vexame e imprudência tamanhos.   Mas o fato é que quando eu …

e se o arapiraca for campeão?

  Nessa noite, perseguida por uma insônia ridícula que agora acha que é minha amiga, fiquei a pensar sobre minha vida. Na tentativa de fazer planos para um futuro próximo, caí numa avalanche de análises do passado. Em seguida, numa armadilha de hipóteses sobre o que aconteceria caso eu tivesse tomado decisões diferentes até aqui. Isso me levou a me mandar de volta para o …

e eu fiquei assim, calada sem latim

Quando abri os olhos hoje pela manha pensei: “tomara que esse dia acabe rápido!”. Caminhei para minha rotina sem ânimo nem humor. Tentei escorregar pelo ralo do chuveiro as preocupações cotidianas, respirei fundo, ensaiei cantar… coloquei roupa sem passar, batom sem cor, sandália sem salto.   No caminho para o trabalho reparei nas flores, nas árvores, na música. Tédio! Por que será que tem dia …

zum de besouro

Quem entende de solidão?   Eu entendo!   Entendo quando saio de casa pela manhã e há milhares de pessoas pelas ruas;  quando toca o telefone e alguém fala comigo; quando respondo 45 e-mails por dia; quando vou ao cinema. Entendo mais ainda quando lavo a louça, espano o pó, passo a roupa, ganho o pão, faço piadas comigo.   Eu sei da solidão desde …

todo mundo é igual, mas cada um de seu jeito

A passear pelas férias europeias eu vi rios de gente. Pessoas que sobem e descem ruas; invadem lojas; lotam restaurantes; escalam pontos turísticos; atiram pipocas aos macacos; compram bugigangas; posam para fotos dando as costas para os monumentos e a história, encarando as lentes super potentes dos novos fotógrafos digitais.   Os turistas são felizes. Sorridentes. Patéticos. Bobos. Ridículos. Loucos. Sei bem, porque de quando …

câmbio!

Oi, Ando sumida. Quieta. Muito quietinha. Aqui, na minha. To com trabalho até o telhado por isso não tem sobrado tempo para conversas aqui no blog. Para sossegar meu amigo Francisco, faço essa postagem só para responder suas questões que me chegaram por e-mail:   Tudo bem? – Sim, tudo certo.   O que tem feito que não escreve mais nada em lugar algum? – …

pessoas, pessoinhas e palavrões

Hoje, minha filha de 11 anos entrou no carro com uma conversa estranha sobre os 100 maiores brasileiros de todos os tempos. Eu não gosto desse tipo de coisa, me deixa mal humorada e revoltada. Relacionar pessoas assim sem critério, tendo que comparar e escolher entre um político e um esportista, um sanitarista e um músico, um engenheiro e um empresário… é insano.   Fazer …

tudo ao mesmo tempo agora

Ele segurou minha mão, me olhou nos olhos, bem no fundo, e falou sem dizer palavra. Sabia o que ele estava pensando. Sentia. Não soltei sua mão, não tirei os olhos dele, não arredei pé. A eternidade da espera pela ambulância nos fez entender um pouco mais sobre amizade, amor, solidariedade, valor, vida e morte.   O Felix Miranda, 74 anos, é ator, rádio-ator. Um …

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