amigos de casa e do auditório, tenho notícias. parecem boas. um tanto assustada com a conta de luz e inconformada com o lance de ficar batendo os dentes de frio dentro de casa, resolvi fazer um experimento a partir da dica da minha Vânia. a ideia partiu de um produto muito lindo, que não encontrei por aqui e como o inverno não sabe esperar todos …
não. as pessoas não são mais elegantes no inverno. eu não sou. o normal do visú quando estou em casa: pijama, com meia por cima da calça, pantufa, roupão e cachecol. as vezes touca. sempre puxando o aquecedor pela casa, como se fosse um cãozinho do qual não posso me separar de jeito nenhum. se estou a ler no sofá, imensa taça de vinho, que …
não sou pessoa caprichosa, prendada, rica em detalhes que transformam o lar num ambiente organizado e funcional. a desordem da minha cabeça não permite. se aqui em casa eu fosse buscar uma imagem que me representasse ipsis litteris abriria uma das portas: guarda-roupa, lugar dos potinhos de plástico, geladeira. tudo confuso e cheio de coisas inexplicáveis. é assim que sou, não me orgulho. sábado, movida …
há alguns meses fiz um investimento numa loja de gente que se joga em altas aventuras. entrei, esquisitona e deslocada, em lugar especializado em produtos de alpinismo. comprei calça, meias, blusa e até cachecol para baixas, baixíssimas, temperaturas. alta tecnologia, me falaram. achei que eram providências práticas, inteligentes, duráveis e que não entulhariam guarda-roupa, malas e paciência. as tentativas iniciais aconteceram em dezembro, no inverno …
escrevo. em algum momento achei que era essa a minha arma para mudar o mundo. ao perceber o tamanho da soberba e o nível de competência, desisti. continuei a escrever. pensei uma vez que era para explicar o mundo. mas compreendi que não tenho verdades absolutas nem conhecimentos suficientes que digam sobre a existência, recuei. ainda assim não parei. escrever me refresca a alma. é …
e pensar que tudo que se refere ao serviço público rolou de maneira positiva e operante e o pepino se deu exatamente na iniciativa privada… porque gosto de detalhes vou tratar de contar a saga. despenquei na delegacia hoje cedo. (antes de continuar, não há como não falar de restos de móveis, pintura descascada, mesas bambas, cadeiras quebradas. eu sei, é uma delegacia e não …
amanhecer em Antonina é como despencar do sonho para uma realidade onírica. tudo passa de um jeito diferente e eu reafirmo a certeza de que a vida é mais, muito mais, da que alcança meu cotidiano de cidade grande. acho graça em ouvir galos preguiçosos que cantam para a chegada do dia. são expertos, esperam que o sol esteja alto no céu para começar a …
estou aqui, atormentada com duas frases que escrevi e desgraçadamente não se compõem com nada. olho para dentro e não há rastro em mim que possa servir-lhes de complemento. não avanço em texto menos ainda em ideia. não sei de onde vem esse deserto. nas minhas euforias de viajante conheci Pablo, Jorgito, Inés, Ramon, Anita, Almeida e não conheci ninguém. falei aqui e ali, ouvi …
os olhos parados de Alfonsina me incomodaram. não quero ter seus olhos, nem seu destino, nem sua loucura. não quero sua tristeza em mim, embora saiba que se a reconheço e a entendo assim tão nítida é porque ela já é minha.
Andávamos sem nos procurar, mas sabendo sempre que andávamos para nos encontrar. Júlio Cortázar animada e um pouco tensa com algumas providências, faço as malas. próxima parada Buenos Aires. dessa vez, viajo com minhas meninas. Lívia e Jéssica, uma em cada mão, para se espantar comigo com o que viveremos durante os próximos dias. é óbvio que andar pelo mundo é das coisas que mais …